A Secretaria Municipal de Educação de Natal promoveu durante a última sexta-feira (27), no Centro Municipal de Referência em Educação Aluízio Alves (Cemure), o curso de formação “Diálogos sobre o apoio escolar no processo inclusivo”. O 2º encontro contou com palestra da psicóloga Marisa Porto, do Centro de Atendimento Psicossocial (CAPSi) do bairro da Cidade da Esperança, que conversou sobre o tema “O estudante com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas especificidades no contexto escolar”. 

A assessora pedagógica Ana Carla Silva de Moura, do Setor de Educação Especial, explicou que o encontro reforçou a formação voltada para os estagiários e ampliou aos gestores, coordenadores e professores de CMEI e escolas para ter mais suporte no sentido de práticas pedagógicas que vêm auxiliar numa perspectiva de uma escola realmente inclusiva. “Dialogamos com os diversos grupos. A formadora trouxe questões de complexidade, desafios e o pensar pedagógico para desencadear um pensamento de práticas mais inclusivas. Refletiu sobre o ensino nas escolas da rede e como se pode atender melhor a toda essa diversidade de estudantes”, declarou a assessora.  

A palestrante Marisa Porto comentou que atender as necessidades dessa população e de seus familiares é compreender o que é o tratamento para pessoa que sofre de transtorno e que precisa estar integrado na sociedade, participar dos meios comunitários, onde circula o saber e a produção cultural, criar um ponto de valorização. “Se entende que a inclusão escolar, é uma função da sociedade como um todo. Existe toda uma formação para cuidar, para tratar desses alunos que precisam de adaptações curriculares, que precisam de uma escola inclusiva para desenvolver suas potencialidades e mostrar a sua capacidade para aprender e conquistar o seu lugar, na sociedade, no mundo”, disse Porto.  

De acordo com Marisa Porto, existe um conjunto de medidas para realizar o trabalho atendendo os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), em termos da universalidade das ações, integralidade e as intervenções em saúde.  “A Secretaria Municipal de Educação de Natal além de nos oferecer esses alunos como campo de nossa intervenção, é nossa parceira na promoção da inclusão social desses meninos e meninas, que estão em tratamento no CAPS e que em outro horário frequentam as escolas como alunos do ensino comum”, destacou.

A professora Rosilda Soares de Lima, do CMEI Professora Carla Aparecida Albernaz Bandeira, que recebe cerca de oito crianças com Transtorno do Espectro Autista, apontou que o curso de formação é de fundamental importância. “Não temos ainda uma formação propriamente dita da prática pedagógica para trabalhar com essas crianças, que necessitam de tantas adaptações, tanto da parte física, como de estratégias de conteúdo e ensino para nós professores”, lembrou.