Podcasts transmitidos via whatsapp  divertem usuários e fortalecem laços comunitários.

Pessoas do mundo inteiro tiveram que se reinventar nessa pandemia. A presença do coronavírus exigiu o distanciamento social, e por isso, os servidores da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), que trabalham nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) precisaram inovar para manter o contato com os usuários e continuar promovendo a socialização. 


O programa “Avós da Cidadania”, criado pelo Centro de Convivência Ivone Alves, na zona norte de Natal, deu o tom e foi a inspiração para o desenvolvimento de outros meios de comunicação. O formato estilo podcast, com áudios editados e enviados via whatsapp, foi escolhido por ser mais compatível com o contexto social dos idosos, que até hoje tem o rádio como o principal ou um dos principais meios de informação e entretenimento. 

 
No CRAS Salinas, zona norte de Natal, os usuários da assistência ganharam a companhia virtual da Rádio Salinas, uma iniciativa conjunta das orientadoras sociais Juliana Domênica e Mariane Fonseca e da assistente social Ana Paula Barbosa, técnica de referência do SCFV. 


A rádio exibe semanalmente o programa “Nossas Vozes Juntas”. A produção chega a mais de 300 idosos, dos 13 grupos de SCFV da Zona Norte de Natal referenciados pelo CRAS Salinas. Cerca de 45 episódios já foram ao ar com quadros temáticos, histórias de vida, homenagens, declarações, e também com abordagens sobre temas relacionados à saúde, qualidade de vida, direitos, cidadania, cultura, arte, e claro, informativos sobre os serviços da Semtas. 


A rádio encantou os idosos que passaram a mandar mensagens de agradecimento, interagindo cada vez mais com os realizadores e também entre si, através de comentários na programação da rádio.  Aos 61 anos de idade, Maria Rita Nascimento diz se sentir acolhida e valorizada com o novo meio de comunicação.  


 “Estou muito satisfeita com esse momento, isso é muito gratificante, pois tem ajudado bastante, viu?! Saber o quanto vocês se preocupam com a gente… E só lembrar que nós temos valor, né?  Chega numa idade que fica complicado a aceitação. Eu só tenho a agradecer a todos vocês, primeiramente a Deus, por nos ter dado essa oportunidade de fazer essa rádio e esse grupo maravilhoso. Muito obrigado por nos acolher também”.


Para a coordenadora do CRAS Salinas, Larissa Andrade, é fundamental manter o serviço funcionando e adequá-lo às demandas do público “Ver a interação dos idosos, ouvindo e participando da rádio, nos traz o sentimento de dever cumprido”.

 
No CRAS da comunidade da África, na Redinha, os usuários agora contam com a “Rádio Ginga com Tapioca”, que além de músicas também abre a programação para a participação dos ouvintes, que aproveitam o canal para tirar dúvidas sobre os benefícios sociais, como inscrição e atualização no CadÚnico, Programa Auxílio Brasil, Vale Gás e etc.  


“O formato de rádio foi adotado para que a gente possa alcançar mais pessoas. Para o próximo ano pensamos em colocar na programação episódios sobre as campanhas educativas, e fazer a programação junto com os CREAS, Centro de convivência, posto de saúde, escolas, e, claro, com os próprios usuários! O nosso objetivo agora é articular a rede e fortalecer vínculos comunitários”, afirmou Beatriz Lima, coordenadora do CRAS África. 

 
As rádios promovem o fortalecimento de vínculos dos idosos e também estimulam a participação social, a autonomia dos idosos e o acesso a direitos. De acordo com a orientadora social Mariane Fonseca é importante manter uma rotina de tarefas contemplando o trabalho social perante as famílias.  

 
“O trabalho com os grupos de Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos é fundamental para o fortalecimento da convivência social. Essa importância tem sido acentuada ainda mais no contexto da pandemia, de forma que, manter uma rotina de tarefas com esses grupos, a despeito das dificuldades, tem sido imprescindível para que esses usuários sejam acompanhados e auxiliados no acesso aos seus direitos, bem como sejam prevenidos rompimentos de vínculos”, explicou.


Para o secretário da Semtas, Adjuto Dias, apostar em novos formatos de comunicação revela o compromisso e a criatividade dos servidores. “O nosso principal objetivo é auxiliar essas pessoas na reconstrução de suas histórias. Os servidores precisaram se reinventar, e fizeram isso com muita maestria, levando alegria, entretenimento de qualidade e esperança, garantindo a todos os direitos à cidadania”.