A Secretária Municipal de Saúde do Natal (SMS) está realizando no mês de setembro o VIVA Inquérito, uma pesquisa para medir o índice de violência da cidade em pacientes que dão entrada no maior hospital de referência de traumatologia da cidade, o Hospital Walfredo Gurgel.

A pesquisa está sendo realizada por 35 estudantes de Enfermagem e Gestão de Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com a supervisão de cinco servidores da SMS, que realizam coletas de dados com pacientes que dão entrada no Walfredo Gurgel com traumas relacionados à violência no trânsito, sexual, doméstica dentre outros tipos. Desde o início da pesquisa, no último dia 7, já foram preenchidos 400 questionários com 60 questões sobre as causas de violências de paciente que chegam ao hospital.

De acordo com a coordenadora do VIVA Inquérito, Liene Medeiros, o maior índice de violência é causado por acidentes de trânsito. “Em nove dias de pesquisas, observamos que os maiores índices de pessoas que dão entrada no hospital são por traumas relacionados a acidentes de moto e colisões entre pessoas na faixa etária de 20 a 35 anos, e geralmente essas pessoas são do sexo masculino. Pretendemos realizar 2 mil pesquisas e temos o apoio total do diretor do hospital, Dr. Mosar Adair, que cedeu o espaço para a realização deste trabalho ”, destacou a coordenadora.

No hospital também foram realizadas palestras para os profissionais da unidade com orientações sobre causa, tratamento e prevenção de traumas, fazendo alusão à Semana de Traumas. Na semana Nacional de Trânsito, que será realizada entre 18 e 25 de setembro, o VIVA Inquérito realizará várias ações com o apoio da SMS nas regiões de Natal.

A Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA) faz parte de uma determinação do Ministério da Saúde e deve ser realizada a cada dois anos nas cidades brasileiras. Considera os princípios e as diretrizes estabelecidos nos Pactos Pela Vida, em Defesa do Sistema Único de Saúde (SUS) e de Gestão, que constituem o Pacto pela Saúde, entre as esferas de governo na consolidação do SUS, regulamentado pela Portaria no- 399/GM/MS, de 22 de fevereiro de 2006.

No Brasil e no mundo, os números relativos à morbi-mortalidade por causas externas (violências e acidentes) constituem uma das maiores preocupações para chefes de Estados e dirigentes do setor saúde. Em nosso país, esses agravos representam a terceira causa de morte na população geral e a primeira na população de 1 a 39 anos. Dados do Ministério da Saúde revelaram, no período de 1980 a 2006, um total de 2.824.093 óbitos por causas externas.

Entre o início e o fim desse período, houve um aumento de 78% na frequência das causas externas, passando de 70.212 óbitos em 1980 para 125.237 no ano de 2006. As causas externas exercem grande impacto na qualidade de vida e nas condições de saúde da população, pois atingem um número muito maior de pessoas do que aquelas que se encontram diretamente envolvidas, e seus efeitos ultrapassam o sofrimento individual e coletivo, incidindo na cultura e no modo de viver das pessoas.