Para que os professores e educadores dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) pudessem começar a se inteirar sobre a importância da literatura infantil na formação do seu público alvo – crianças até 5 anos e 11 meses – a abertura do curso de formação Encontro com a linguagem literária na educação infantil: descobertas, prazeres e encantamentos contou com a experiência do escritor José Castro, autor de a Marreca de Rebeca, da Editora Paulus, para falar aos professores sobre o tema. A abertura ocorreu no Cemure e o curso, que será modular, deverá ter aulas periódicas até outubro desse ano. Participaram da abertura do Encontro, o Secretário de Educação Elias Nunes; a secretária adjunta de Gestão Pedagógica, Tânia Leiros, além da coordenação do Departamento de Educação Infantil.

 

De acordo com José Castro, atualmente as editoras de livros têm investido mais em literatura infantil. Durante sua palestra, o escritor falou de sua própria experiência como leitor. Pertencente a uma família de sete irmãos, não havia livros em sua casa. Como o pai era protestante, a Bíblia se tornou seu livro de cabeceira. Além de fazer “contrabando” de revistas em quadrinhos, de Roy Rogers e outros heróis, que ele lia “às escondidas”. “Lia tudo que caía em minhas mãos. Meu processo de tornar-me um leitor assíduo aconteceu quando apareceu em minha cidade natal uma biblioteca volante e assim tive acesso aos clássicos literários”, explicou ele.

 

José Castro revelou aos professores e educadores presentes que o fato de ter começado a ler tão cedo e de já ter chegado na escola de ensino básico sabendo ler lhe garantiu uma “grande vantagem” para o aprendizado. Inclusive permitindo-lhe ultrapassar etapas e passar para turmas adiantadas.

 

“Se compararmos com a leitura eletrônica, o velho livro de guerra, tem um charme especial, faz o leitor sentir a textura das páginas, o cheiro da tinta, há uma magia no folhear das folhas. O que não ocorre com o computador. Não è a mesma sensação. O livro é uma coisa prazerosa e jamais será substituído pela internet”, opinou. O autor reconhece que a internet tem coisas ruins e boas e acredita que as duas linguagens (impressa e virtual) podem sim interagir. Ele exemplificou com o projeto Bookcrossing (www.bookcrossing.com), cujo princípio é fazer com que o leitor deixe um livro em algum ponto público, de modo que outra pessoa possa achá-lo e assim se torne leitora, além de comunicar ao site que encontrou aquela publicação.