Hoje a dependência química não é encarada somente como um problema de saúde, mas também de cunho social. Por isso, a Prefeitura do Natal por meio da Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas), oferece acompanhamento aos usuários de drogas e às suas famílias, articulando o tratamento com os demais atores da rede de atendimento.

Antes, os dependentes químicos contavam apenas com as opções oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que incluem os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e os Hospitais Psiquiátricos. Agora, podem contar também com as oportunidades oferecidas pelo Departamento de Prevenção e Acompanhamento ao Usuário de Drogas (DPAD), criado pela Semtas em setembro de 2009, com o objetivo de complementar os serviços oferecidos pelo SUS.

 “Nós acolhemos, orientamos e encaminhamos as pessoas com dependência química para a rede de atendimento do SUS e, aqueles que desejam realmente uma internação mais prolongada nós encaminhamos para as Comunidades Terapêuticas, localizadas em Macaíba, Pium e na Comunidade de Alcaçuz. Mas, quando é a família que deseja o tratamento e não o dependente químico nós oferecemos uma psicoterapia breve e focal para incentivar neles o tratamento”, explica a chefe do DPAD, Edineusa Paiva.

O trabalho é realizado através das Comunidades Terapêuticas e com a psicologia, enfocando também a participação familiar no processo de recuperação. “As famílias que não tem condição podem colocar seus entes queridos na Comunidade através da Secretaria. Esse é um suporte direcionado às famílias carentes”, afirma Edineusa Paiva.

Comunidades terapêuticas

As Comunidades Terapêuticas são entidades filantrópicas que se autossustentam e oferecem tratamento aos dependentes químicos em até nove meses. A partir de um convênio com três comunidades da Grande Natal a Semtas conseguiu disponibilizar 103 vagas destinadas exclusivamente aos dependentes químicos atendidos pelo DPAD. De acordo com Edineusa Paiva, a Prefeitura contribui com alimentos e futuramente irá firmar ainda convênio com as comunidades que estiverem legalmente constituídas para o repasse de recursos financeiros.

 “Uma de nossas preocupações é com as Comunidades Terapêuticas da Grande Natal pela falta de recursos humanos e técnicos para que eles possam oferecer um trabalho mais qualificado. Nossa proposta é oferecer um treinamento para os coordenadores e monitores das comunidades, que será ministrado pela Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT), previsto para o mês de julho”, informou a chefe do DPAD.