A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) resgata a necessidade de se trabalhar habilidades socioemocionais dentro do espaço escolar. Desta maneira, o projeto do Departamento de Ensino Fundamental da Secretaria Municipal de Educação “Eneagrama na Sala de Aula: Ajudando crianças a cultivar caminhos de crescimento a partir da consciência”, fomenta a importância da autoconsciência para que as crianças lidem melhor consigo mesmo, com a vida e na sala de aula. O projeto-piloto é coordenado pela assessora pedagógica Mona Lisa Dantas, está sendo aplicado no 5° ano da Escola Municipal Professora Tereza Satsuqui Aoqui de Carvalho e os resultados já podem ser vivenciados em sala de aula. 

 

De acordo com a assessora Mona Lisa Dantas, o Eneagrama é uma abordagem que promove o autoconhecimento baseado nos traços de  personalidade de cada indivíduo, como também em seus traumas, trazendo uma melhor compreensão para os comportamentos de cada um em sociedade. Para utilizar a técnica em sala de aula a professora utiliza a coleção: “Nove estrelas na Terra” escrita por André Prudente e cartazes com características de cada eneatipo. As crianças são desafiadas a abrir mão de comportamentos muito familiares por alguns instantes e instigadas a experimentarem novas possibilidades. 

 

Ainda segundo a assessora do DEF, o projeto tem como objetivo ajudar as crianças a se perceberem em seus comportamentos diários, convidando-as a experimentarem a força de todos os eneatipos e assim ampliarem a visão de si, de suas potencialidades e da vida como um todo sem deixar de entrar em contato com seu ser essencial, trazer consciência ao processo educativo do professor para que possa olhar para as crianças fora dos desejos limitados do seu ego e personalidade e libertar o docente dos padrões de comportamento enraizados dentro do ambiente escolar.

 

A professora da turma de 5° ano, Francimary Beatriz da Silva Bezerra explicou as mudanças que percebeu depois da implementação do projeto. “Depois do Eneagrama os estudantes passaram a reconhecer que cada um tem o seu jeito de ser, de agir e que esse jeito pode trazer coisas boas e coisas ruins, dessa forma, eles começaram a se aceitar e também diminuíram os julgamentos com os colegas.  Melhorou a qualidade das interações entre eles, o respeito, e até a autoestima. Tínhamos na turma, uma criança que explodia de raiva, não sabia lidar com esse sentimento, quando ela passou a reconhecer que tinha o direito de sentir raiva e que ele poderia acessar essa raiva de outras maneiras, as explosões foram diminuindo e essa criança passou a se concentrar melhor nas atividades”.

 

O aluno da turma de 5° ano, onde o projeto foi aplicado, Gabriel Celestino Varela, explicou como o projeto mudou a sua compreensão dos seus próprios sentimentos, assim como os sentimentos dos seus colegas. “A maior diferença que eu percebo na minha turma é o jeito da nossa professora. Francimary faz a gente pensar nas nossas atitudes, respirar e acalmar e não nos coloca de castigo. Ela me ensinou como agir quando eu tenho explosões de raiva, agora quando eu fico com raiva, consigo respirar e me acalmar, ao invés de explodir”.